Dissertação - Fatima Luvielmo Encarnacao

Da Educação Ambiental e sua imersão no ambiente escolar: um diálogo horizontal entre sujeitos e seus saberes

Autor: Fatima Luvielmo Encarnacao (Currículo Lattes)

Resumo

Esta pesquisa, de cunho qualitativo, tem como foco central evidenciar as possibilidades da Educação Ambiental na escola a partir de análise textual qualitativa efetivada em textos teóricos. O ciclo desse tipo de análise se constitui de três elementos básicos: desconstrução, emergência do novo e comunicação. Logo, para a aplicação da referida metodologia, as obras foram unitarizadas, isto é, procedeu-se à desconstrução dos textos em unidades de significado e, após trabalho de reagrupamento das mesmas por semelhança, atingiu-se à categorização. Na etapa seguinte, em trabalho de síntese, os textos foram reconstruídos através de uma comunicação escrita própria, denominada metatexto. Os autores e as obras selecionadas (corpus de análise) para a realização do trabalho foram, respectivamente, Martha Tristão, cujo livro tem como título A educação Ambiental na formação de professores: redes de saberes e Mauro Guimarães, cujo texto é intitulado A formação de educadores ambientais. O discurso teórico dos dois autores, suas idéias, palavras e reflexões unitarizadas e categorizadas tornaram-se, na realidade desta investigação, interlocução teórica e “dados empíricos”. As categorias emergiram dos textos, não houve definição a priori. Três surgiram do texto de Tristão: a crença na sustentabilidade como forma de manter a vida em níveis de justiça social e equilíbrio; a aposta no novo como mudança imprescindível; e o diálogo como convergência entre várias áreas do saber. Do texto de Guimarães emergiram duas categorias: a definição dos campos de disputa da Educação Ambiental como meio de percepção das diferenças ideológicas e dos conflitos de interesse que permeiam a sociedade atual e se refletem no meio ambiente. Essa categoria ampla abarca subcategorias: hegemonia, sustentabilidade, modernização, progresso e cidadania.Tais conceitos, no entender do autor foram esvaziados pela cooptação do sistema e precisam ser ressignificados. A segunda categoria que brotou da obra de Mauro foi – a ruptura com as armadilhas paradigmáticas como forma de alcançar a prática consciente de uma Educação Ambiental que se pretende crítica, emancipatória e política. As referidas categorias teorizadas e reagrupadas formam metatextos que discutem e apresentam questões centradas na Educação Ambiental nas formas de abordá-la na escola. A partir da análise e da teorização, foi possível chegar a problematizações acerca do “discurso do novo” e do uso da expressão “inserção da dimensão ambiental” na escola.

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