Dissertação - Maria Helena Machado Gastaud Oliveira

Relações entre educação ambiental e função paterna na constituição da subjetividade do apenado : contribuições para ações de prevenção em saúde mental

Autor: Maria Helena Machado Gastaud Oliveira (Currículo Lattes)

Resumo

Esta Dissertação articula-se em torno de três eixos interrelacionados e interinfluentes - Educação Ambiental, Função Paterna e Subjetividade para estabelecer relações entre eles, identificando ações de prevenção à Saúde Mental. Decorre de pesquisa qualitativa realizada junto a apenados do Presídio Regional de Pelotas, cujo objetivo geral foi o de compreender a relação entre Educação Ambiental e Função Paterna na constituição da subjetividade do homem apenado. Para a construção teórica, estão referenciados os estudos de Freud e Lacan, assim como as contribuições de Vygotsky, Deleuze e Guattari. Adotou-se a metodologia de análise textual discursiva - ATD, baseada nos estudos de Roque Moraes e Maria do Carmo Galiazzi, realizando-se a análise de dados e informações de natureza qualitativa com a intenção de produzir novas compreensões acerca do fenômeno pesquisado e dos discursos dos sujeitos envolvidos. Os dados obtidos por meio de entrevista semiestruturada, realizada com apenados que aderiram livremente à pesquisa, foram categorizados e analisados à luz do referencial teórico orientador, observando-se para que a ATD ocorresse a partir de pressupostos previamente selecionados na construção dos textos originais. Desse modo, intentou-se chegar a conclusões requeridas pelo problema e questões de pesquisa, firmando-se no pressuposto de que a subjetividade se constrói na dialética de condições internas do sujeito e de condições externas que constituem a cultura e caracterizam a sociedade. O entrelaçamento teórico possibilitou ampliar e aprofundar a questão relativa à subjetividade do sujeito apenado, identificando aspectos relevantes no estabelecimento de relações entre os eixos propostos, tais como: a contemporaneidade propõe uma Educação Ambiental crítica, promotora da formação de um sujeito capaz de entender o meio ambiente no qual vive e de interpretar as relações que com ele mantém; a função paterna e a função materna complementam-se e são vitais para a estruturação e o desenvolvimento psicoafetivo do sujeito, seu bem-estar e sua saúde emocional; os signos, socialmente produzidos e compartilhados, tornam possível ao ser humano relacionar-se com o outro e consigo mesmo; a história do sujeito e a história da coletividade só podem ser compreendidas no plano das relações sociais entre os seres humanos, em função das condições concretas de sua realização. Esses pressupostos encaminham para o entendimento de que cada atitude individual foi, um dia, uma atitude entre sujeitos, sendo essa compreensão, portanto, ponto central do estudo acerca da subjetividade. Conclui-se que, na contemporaneidade, o sujeito apenado carrega marcas que ferem, quase sempre, sua dignidade como ser humano, o que vem construindo forte tendência de ressocializá-lo, entendida como a busca de superação dos sofrimentos psíquicos a que é submetido, propondo-se, entre outras, em ações preventivas em Saúde Mental.

TEXTO COMPLETO

Palavras-chave: Educação ambientalFunção paternaSubjetividadeSaúde mental