Tese - Priscila Wally Virissimo Chagas

Educação ambiental escolar inclusiva como processo da bioecologia do desenvolvimento humano

Autor: Priscila Wally Virissimo Chagas (Currículo Lattes)

Resumo

A presente tese faz a interlocução com a Educação Inclusiva dentro do campo da Educação Ambiental, buscando, através de uma perspectiva de pensamento sistêmico, estabelecer um elo entre os fenômenos e constituir a Educação Ambiental Escolar Inclusiva como uma possibilidade de enxergar a inclusão escolar como um processo ambiental para além da escola, que compreende o desenvolvimento inclusivo como uma dimensão ecológica complexa que agrega os diferentes contextos de inserção da criança com deficiência. Desta forma, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental - PPGEA/FURG, foi desenvolvido o trabalho denominado Educação Ambiental Escolar Inclusiva como Processo da Bioecologia do Desenvolvimento Humano, que teve como problema de pesquisa: Os contextos educativos microssistêmicos pelos quais a criança com deficiência circula dentro da escola, atuam como fator determinante para que a inclusão se constitua em um Processo Bioecológico do Desenvolvimento Humano? E, como tese, confirmar que a inclusão é um Processo Bioecológico que se dá, enquanto desenvolvimento dos sujeitos, ao longo de todo o curso de sua vida, dentro e fora da escola, ainda, havendo o desdobramento investigativo de analisar que os contextos microssistêmicos da criança são determinantes para o seu desenvolvimento inclusivo. A pesquisa foi realizada na Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Ernesto Buchholz - Rio Grande/RS, com três crianças com Transtorno do Espectro Autista - TEA ainda, seus familiares e educadores. Através da Inserção Ecológica e Entrevista Reflexiva, buscamos apresentar a história inclusiva destas crianças, bem como, o ponto de vista dos educadores, o que foi desdobrado nos seguintes eixos de análise: Educadores Inclusivos: Quem são e qual a sua Importância na Consolidação da Inclusão?; Ambientes Ecológicos de Inclusão como Promotores de Desenvolvimento; Uma Análise Bioecológica Sobre o Autismo e suas Interfaces com a Educação Ambiental Escolar Inclusiva. Quanto aos educadores inclusivos, emerge o destaque ao que pensam e como estabelecem papéis na inclusão, aqui, contemplando as mães, as professoras da sala de aula e da sala de recursos, demonstrando que o pensamento inclusivo está interligado. No que tange aos ambientes ecológicos inclusivos, podemos perceber o quanto a escola se reformula para melhor atender as demandas, há aqui, um movimento de reconstrução a partir das necessidades dos estudantes, bem como, os ambientes também emergem como promotores do desenvolvimento. Já ao analisar o autismo e suas interfaces com as teorias estudadas, podemos perceber o quanto desponta a necessidade de um olhar sistêmico para o TEA e suas especificidades, olhar este que, contempla a Educação Ambiental Escolar Inclusiva e a Bioecologia do Desenvolvimento Humano, no qual, compreende estas crianças como pertencentes aos ambientes. Teoricamente, nossos estudos foram subsidiados, principalmente, pela Bioecologia do Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner (1917-2005) a qual se subdivide em quatro categorias que, nesta tese, apresentam-se assim: Pessoas - Crianças/Educadores; Processo - Inclusão; Contextos - Escola/Sala de Recursos/Contextos Microssistêmicos; Tempo - tempo histórico-evolutivo da história inclusiva das crianças; Processo - a inclusão propriamente dita. Através da Teoria Fundamentada nos Dados - TFD, procedemos as análises da coleta da empiria que nos levou ao entendimento de que o desenvolvimento inclusivo é composto por um todo biopsicossocial que é atravessado por diversos microssistemas, nos quais a criança com deficiência está incluída, bem como, a atuação de todos os educadores que a cercam e os Processos Proximais estabelecidos com os pares, fazendo com que a inclusão se constitua em um Processo Bioecológico do Desenvolvimento Humano.

TEXTO COMPLETO DA TESE

Palavras-chave: Educação ambientalInclusãoAutismoBioecologia do desenvolvimento humano