Dissertação - Pâmela Saraiva Miranda

O olhar sobre a temporalidade na educação infantil pela perspectiva da educação ambiental sistêmica: a criança como ser integral

Autor: Pâmela Saraiva Miranda (Currículo Lattes)

Resumo

A dissertação está ancorada na linha de Ensino e Formação de Educadores Ambientais do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental pela Universidade Federal de Rio Grande PPGEA/FURG. A investigação teve como objetivo geral compreender a dimensão temporal das crianças nas escolas de Educação Infantil de tempo integral enquanto um processo de Educação Ambiental, identificando as suas repercussões no microtempo das infâncias e nas práticas pedagógicas dos educadores. Ancoramos a pesquisa tendo como base teórica o cronossistema contido na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, bem como os conceitos Chronos e Kairós através da compreensão da Ecologia do Corpo. A metodologia adotada foi a Inserção Ecológica, com as seguintes estratégias: observação naturalística, diário de campo, registro fotográfico das rotinas, rodas de conversa com as crianças, entrevistas semiestruturadas com a supervisora e as professoras de uma escola de Educação Infantil em Tempo Integral. Para a análise dos dados utilizamos a Teoria Fundamentada nos Dados (TFD), zelando pelos processos e as etapas de realização desta pesquisa. Com a análise dos dados percebemos que, os encontros e os desencontros entre o tempo da escola e os tempos das infâncias nesse contexto a partir do olhar das educadoras e das crianças para as práticas pedagógicas que são propostas na Escola de Educação Infantil de tempo integral. Emergiram três eixos norteadores como categorias: tempo da escola; tempo da criança e tempo das educadoras das infâncias; e as subcategorias: fragmentação do(s) espaço(s) e tempo(s); práticas rotineiras; ser criança integral; educação integral; educadoras ambientais das infâncias e as práticas educativas ambientais. Os resultados apontam que as crianças compreendem a temporalidade da Escola de Educação Infantil de tempo integral, anunciando uma dimensão temporal cronológica e sequencial, que pode ser representada pelo relógio e pelas ações desenvolvidas nas rotinas, bem como, as crianças evidenciam um tempo subjetivo ao (re)elaborar novas formas de significação a partir das expressões, como: pouco ou muito tempo. As temporalidades têm repercussões no microtempo das infâncias, estas possibilitam ou negam o encontro com o(s) outro(s) para a interação, a socialização e a produção cultural do brincar, bem como incidem nas práticas pedagógicas dos educadores. Os processos trilhados na investigação possibilitaram compreender a criança como ser integral na Educação Ambiental Sistêmica, bem como, promoveu o desvelar de ser e estar sendo educadora ambiental das infâncias. Por fim, destacamos a importância deste estudo para as interfaces entre o campo da Educação Infantil e da Educação Ambiental, em que se evidencia a necessária coerência entre as práticas pedagógicas desenvolvidas no e com o cotidiano com as crianças enquanto sujeitos integrais e as práticas educativas ambientais. As contribuições convergem para o comprometimento com os princípios da Educação Ambiental em uma perspectiva sistêmica e para a formação continuada de educadores ambientais das infâncias.

TEXTO COMPLETO DA DISSERTAÇÃO

Palavras-chave: Educação infantilEducação ambientalTeoria sistêmicaTempo integralInfância